Enquanto outros líderes tucanos, como o ex-governador José Serra e o senador Aécio Neves (MG), preferiram a moderação ao abordar o caso envolvendo o ministro Antonio Palocci (Casa Civil), o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman decidiu atacar.
Em seu blog, o tucano afirma que o petista praticou "tráfico de influência" com uma empresa de consultoria.
"Ao fazer o papel de consultor privado nesses últimos anos não apenas usou de seus conhecimentos adquiridos, o que seria legal e moralmente aceitável, mas usou de sua influência sobre um governo que, mesmo fora dele, ainda em parte comandava", diz Goldman.
Reportagem da Folha do último domingo (15) mostrou que o ministro multiplicou por 20 seu patrimônio entre 2006 e 2010. Ele adquiriu dois imóveis pela empresa Projeto --um apartamento de luxo em São Paulo no valor de R$ 6,6 milhões e um escritório na mesma cidade por R$ 882 mil.
Em mensagem enviada ontem a deputados e senadores, a Casa Civil justificou o aumento do patrimônio lembrando ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central que se tornaram "banqueiros" e "consultores de prestígio" depois de passar pelo governo.
A nota afirma que nada impedia Palocci de manter a consultoria Projeto durante seu mandato de deputado.
"[Palocci] fez, no papel de deputado e de líder de fato do governo Lula, tráfico de influência. A não ser que os serviços que prestou através de sua empresa nada tenham a ver com o governo federal. Para isso deve informar para quem prestou os serviços e quais foram", afirma o ex-governador.
Ele completa dizendo que Palocci "não é uma figura qualquer" do governo Lula. Citando o caso Francelino, o tucano afirma também que o ministro deve ser investigado por conta do enriquecimento.
TUCANOS
Ontem, Aécio Neves defendeu que a oposição tenha "serenidade" para aguardar os esclarecimentos de Palocci.
O tucano afirmou esperar explicações, mas disse que a oposição não deseja "desestabilizar o governo".
"Não é nossa intenção criar movimento de desestabilização do governo. Esse é o momento, e essa é a posição majoritária da nossa bancada, de criar as condições para que esses esclarecimentos possam vir a ser dados", disse Aécio.
Na segunda-feira, José Serra seguiu a mesma linha e disse ver com normalidade uma pessoa ter rendimentos que promovam variação patrimonial.
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